segunda-feira, 27 de agosto de 2012



  Enquanto ele estava sentado num bar desses bem de esquina bebendo todas e falando sobre nada com os amigos meio idiotas dele, ela olhava pela janela do apartamento pensando em quando foi que a vida dela tinha tomado aquele rumo. Era o ano de 1992, e depois de muitos encontros e desencontros, alguns casinhos perdidos da parte dos dois, eles finalmente se encontraram em uma ruazinha movimentada de Florianópolis. Fazia mais de dois anos que estavam juntos, mas no último mês as coisas não estavam tão maravilhosas como tinham sido anteriormente. Dormiam no mesmo apartamento pelo menos quatro ou cinco vezes por semana, mas mantinham seus apartamentos distintos como uma forma de precaução, com medo de que um dia pudessem voltar a fazer idiotices um com o outro. 
  Enquanto ela esperava a água esquentar pra poder despejar na banheira, ele ria das tentativas de flertes não tão eficazes dos amigos. No último mês o contato não era tão constante, eles dormiam juntos apenas por costume, rotina. As ligações se tornaram mecânicas, todas em uma hora certa do dia pra saber como tinham passado e o que tinham comido no almoço, não falavam sobre eles, nenhum nem outro tinha coragem de começar, pois sabiam muito bem onde iriam parar.
  Dentre as quatro ou cinco noites, os sábados e sextas-feiras eram sagrados passar juntos. Pelo menos era. Esse já era o segundo fim de semana que ele saia com os amigos e ela ficava em casa vendo TV e acordando com uma mensagem no meio da madrugada com a frase 'Amor cheguei em casa'. Ela não tinha coragem pra pedir que ele fosse pro apartamento dela, porque nem ela sabia se queria isso, e ele também não se oferecia com medo de incomodar. Medo de incomodar, quando foi que tinham deixado que esse tipo de medo entrasse na relação? Logo eles, que sempre foram tão confidentes, tão amigos.
  Estavam no inverno, dali a três semanas fariam três anos que estavam juntos, e ela lembrou de quando tinham 19 anos e ficavam durante toda uma madrugada conversando e ouvindo a respiração do outro e isso era o suficiente. Sem conseguir conter, uma lágrima escorreu e ela desejou que ele estivesse ali. 
  Enquanto ele voltava pra casa sozinho querendo ligar pra ela, ela tomava mais uma taça de vinho desejando que isso acabasse o mais rápido possível.

domingo, 15 de julho de 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012

Não prolongue a dor.







Escreva o nome dele em uma folha, se puder frente e verso, ou até mais de uma folha. Faça isso até cansar e não aguentar mais.
Chore. Não poupe lágrimas e nem soluços. É bom, alivia e uma hora passa. E é bem melhor você deixar que isso saia em uma cachoeira do que ficar segurando, sofrendo e martirizando. Chore o quanto for necessário. De preferência até pegar no sono.
Mas livre-se desse peso, dessa culpa, dessa dor, desse fantasma. Dê a este lugar, agora vazio, algo novo, puro e belo. Algo que te aqueça nas noites frias, que dê alegria só pelo fato de estar lá, preenchendo o espaço.
Purifique-se, veja como é bom tirar as partes mortas e dar vida. Dar espaço para amar. Veja como é bom gastar as energias, que seriam utilizadas para mendigar amor, para dar amor e se deixar ser amado.
Não veja mais sua vida nem seus possíveis amores passando na sua frente para mais tarde ficar se lamentando que podia ser diferente. Poderia.. Se antes, você tivesse tomado outra decisão, ao invés de optar ficar lembrando, guardando lugar pra alguém que não merece nem o rímel barato borrado no rosto.
Não fique achando que a solução é não sentir nada. Ninguém é capaz de não sentir nada. Nem mesmo a pessoa mais desapegada do mundo. Até ela, a uma certa altura do campeonato, vai ceder.
Então não espere só o tempo agir. Antes de qualquer coisa, faça a tua parte, dê o primeiro passo. Você soube dar em direção à ele, vai saber também dar o passo contrário à ele. Em encontro a tua felicidade, ao teu novo amor, teu novo sorriso, a tua nova vida. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012



E depois de muito tempo, você não foi o meu constante e único pensamento durante o dia. 
:) 

domingo, 10 de junho de 2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Despeço de mim.



To me despedindo de uma parte de mim. To deixando pra trás alguém que eu não quero mais conhecer. Me desgarrando de algo velho e cansado para dar lugar à algo novo, bonito e disposto à ir em frente.
Por mais que seja uma parte que foi de suma importância em que muitas coisas marcaram minha vida, eu não quero mais e nem me faz bem mantê-la viva já que não me deixa em paz esse turbilhão em que essa parte se transformou. Tudo o que se remete à ela me irrita, me deixa tonta e no fim das contas me sufoca.Não quero mais que essa parte se sobressaia, que fale mais alto e me deixe morrer na praia, depois de tanto nadar. 
To precisando de mudanças, e se a única forma com que isso aconteça é me despedindo, eu me despeço. Não faz sentido manter vivo algo que não serve pra nada além de atormentar e me virar de cabeça para baixo.
Então expulso meus demônios e me despeço. Digo adeus com uma alívio, esperando que essa parte não volte e que deixe como ensinamento só as coisas boas, e assim lentamente e gradativamente as coisas voltam ao seus rumos.

Não sabe se casa ou se compra uma bicicleta.




Essa frase nunca se encaixou tão perfeitamente na minha vida, mesmo que indiretamente, como está sendo de uns meses pra cá.
Cadê a vontade de fazer alguma coisa desse pessoal, pra quê tanta duvida, tanta complicação pra coisas que podem ser resolvidas de maneiras tão rápidas e simples. Pra quê estender mais o sofrimento e se envolver cada vez mais em mentiras e joguinhos sem nem pé nem cabeça, por falta de imaturidade.
Já não tem mais nenhuma criança aqui, então não tem porque prolongar o drama de novela mexicana barata que isso se tornou. Que miséria de amor é essa que esse povo ta vivendo? Por que tanta falta de consideração com os sentimentos dos outros? Por acaso você é melhor do que eles?
Isso só te torna pior, não te leva a nada. Só te afasta das pessoas que você ama, porque vai ter uma hora que nem elas vão querer ficar do teu lado.
Então chega de falsidade, de jogos com os sentimentos alheios e de imaturidade. Já ta na hora de tomar decisões adultas e sensatas,e ver que o mundo meu filho, minha filha, não gira em torno do seu próprio umbigo. Quem sabe assim você casa, ou compra uma bicicleta.